Charlie "Bird" Parker (1920-1955)

Charlie Parker nasceu a 29 de Agosto de 1920 em Kansas City (Kansas-USA), tendo sido criado em Kansas City (Missouri-USA).

O primeiro contacto de Parker com o mundo musical deu-se por volta dos 11 anos, através da banda da escola onde tocava barítono. Aos 15 anos iria se apaixonar pela sonoridade do saxofone alto, adoptando-o e passando a tocar este.

Segundo as cronicas Parker não mostrava qualquer talento especial para a musica em pequeno, tendo inclusive participado num concurso de Jazz em 1935, onde se encontrava o baterista Jo Jones que lhe teria atirado um prato para os pés, irritado com a sua fraca prestação. Sendo a historia verídica ou não, o facto é que Parker passou grande parte do seu inicio de carreira a praticar Blues (tocando durante 4-5 anos cerca de 15 horas por dia), até se tornar um mestre neste estilo musical, tocando inclusive em tonalidades muito pouco convencionais. Temas como "Cherokee" e "Rythm Changes" são representativos desta fase da carreira do musico.

Em 1938 Parker iria tocar com o pianista Jay McShann, indo em digressão por todo o Sudoeste norte-americano, tocando também em Chicago e Nova Iorque.
Um ano depois mudar-se-ia para a "Big Apple", de forma a progredir na sua carreira musical. Após a sua saída da banda de Jay McShann (em 1942) Parker iria tocar com Earl Hines por um ano, encontrando aí Dizzy Gillespie.
Charlie Parker iria juntamente com Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Kenny Clarke e Charlie Christian iniciar o movimento Bebop, rompendo claramente com o Jazz Swing praticado na época.

Durante a década de 40 Parker iria andar em digressão pelos USA com o seu Bebop, acompanhado muitas vezes por Dizzy. No entanto, foi difícil a aceitação do publico a este nova forma de abordar o Jazz e só a partir de 1945 o Bebop começou a conquistar o seu espaço no meio musical, sendo que em 1950 Parker já era uma das maiores referências do Jazz mundial.

Apesar de Parker ser reconhecido principalmente pelo Bebop, a verdade é que o seu interesse musical ia para além deste, tendo um desejo de longa data de trabalhar com um grupo de cordas (a semelhança do que acontece na musica clássica). Ao contrario do que se possa pensar, Parker não pretendia tocar standards de Jazz com cordas mas sim tentar criar algo de novo: uma fusão entre o Jazz e a musica Clássica, incorporando elementos de ambos os estilos musicais.
O seu desejo cumpriu-se em 1949, quando em colaboração com Norman Granz (empresário e produtor) Parker começou a trabalhar com um grupo misto de Jazz e de musica Clássica. Tal trabalho culminaria na gravação do álbum "Bird with Strings".
A forma de tocar de Parker neste projecto era completamente diferente dos seus trabalhos anteriores, sendo os seus solos mais contidos, suaves e baseados na melodia dos temas (ao contrario do bebop em que a base dos seus solos provinha da harmonia).

Desde o fim da sua adolescência que Parker possuía uma forte adição à heroina. Tal adição levou a que falhasse diversas gravações, fosse despedido por estar "pedrado", tivesse um comportamento errático e inclusive a que vendesse os seus saxofones (tendo de pedir estes emprestados a outros músicos).
Após a sua estadia no "Camarillo Mental State Hospital", em Camarillo (California), Parker manteve-se sóbrio por algum tempo mas ao regressar a Nova Iorque voltou a cair no vicio das drogas. Ao mesmo tempo Parker tornou-se alcoólico, começando a beber em grande quantidade quando não conseguia obter heroína.

A 12 de Março de 1955 Charlie Parker iria falecer no seu quarto, no hotel do seu amigo Nica de Koenigswarter. Segundo os relatórios da época a morte de Parker deveu-se a uma pneumonia lobar e a uma ulcera hemorrágica, tendo claramente o seu estilo de vida apressado este fim.


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