New Orleans foi a capital do jazz e sua importância se estendeu até os anos trinta e até essa época, de lá vinham mais da metade dos grandes músicos de jazz. As razões foram: pelo cultivo da tradição franco - espanhola; pela existência de duas diferentes populações negras, a americana e o criolo, que gerava uma série de tensões humanas que excitavam a criatividade popular; presença de uma rica actividade musical europeia, popular e erudita, e por último, Storyville, o bairro boémio da cidade, onde todos esses elementos se cruzavam, nos honk tonks, onde todas as classes se entrecruzavam, sem distinções de classes ou preconceitos.
A influência franco - crioula na vida da cidade era marcante e sem ela a actividade jazzística não teria o seu brilho. Os creoles falavam um francês bastardo para se diferenciarem dos negros americanos e constituíram o contingente mais importante da música de New Orleans: Sidney Bechet, Barney Bigard, Kid Ory (na foto) e também Jelly Roll, cujo nome era Ferdinand Joseph la Menthe.
O estilo de New Orleans se caracteriza por três linhas melódicas que se contraponteiam, executadas por um trompete, um trombone e um clarinete. O instrumento líder é o trompete, o trombone orienta o seu contraponto e o clarinete ornamenta o toque de ambos com uma ágil condução melódica. Esses três instrumentos melódicos são apoiados pela base rítmica, formada pelo contrabaixo ou tuba, bateria, piano e banjo ou guitarra. A música de New Orleans era conhecida como hot, pelas suas características de sonoridade, articulação, vibrato, entoação e principalmente por uma viva execução individual.
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