Dizzy Gillespie (1917-1993)

John Birks "Dizzy" Gillespie nasceu a 21 de Outubro de 1917 em Cheraw (Carolina do Sul-USA).

Filho mais novo de um "bandleader" local Dizzy desde cedo contactou com o meio musical (o seu pai guardava os instrumentos da sua banda em casa), aprendendo piano aos 4 anos.

Em 1930 (13 anos) Dizzy tentou aprender a tocar trombone, mas os seus braços eram demasiado curtos e acabou por desistir. Nesse mesmo ano pegou pela 1ª vez num trompete de um amigo e após ouvir na radio um concerto de Roy Eldridge, decidiu que iria se tornar um trompetista profissional.

Em 1937 iria mudar-se para Philadelphia (após falecimento de seu pai), onde começaria a tocar profissionalmente. Tendo tocado com um grande número de músicos, Dizzy começou a sua carreira na Frank Fairfax Orchestra, tendo também tocado nas orquestras de Edgar Hayes, Teddy Hill (substituindo o seu ídolo Eldridge) e Cab Calloway. Após um incidente com este ultimo Dizzy torna-se "freelancer", tocando com vários nomes do mundo do jazz, entre eles Ella Fitzgerald.

No inicio da década de 40 iria encontrar Charlie Parker na big band de Billy Eckstine, vindo a fundar o movimento bebop com este. Posteriormente, em 1945, Dizzy e Charlie Parker formariam um pequeno grupo, tocando em várias jams.

O som das composições de Dizzy e Parker soavam radicalmente diferentes, quer harmonicamente quer ritmicamente, do swing ouvido na época o que fez com que o publico e critica não soubessem muito bem como reagir a tal revolução musical. Composições marcantes como "A Night in Tunisia", "Groovin' High" e "Salt Peanuts" sao exemplos perfeitos de tal marco histórico.

Após a separação de Parker, nos finais dos anos 40 Dizzy iria produzir outra pequena revolução no mundo do jazz, incorporando ritmos latinos e africanos (especialmente Salsa) na sua musica, fundado aquilo que se chamaria de Afro-Cuban Music. Destacam-se as composições Manteca e Tin Tin Deo.

Ao contrário do seu companheiro Parker, Dizzy gostava de big bands e orquestras e em 1952 após emigrar para Paris, a convite de Charles Delaunay (fundador do Hot Club em França), iria formar a sua 3ª Big Band. Em 1953 voltaria aos USA, formando um sexteto com Stan Getz (sax), Oscar Peterson (piano), Herb Ellis (guitarra), Ray Brown (contra-baixo) e Max Roach (bateria). Dizzy também tocaria ocasionalmente com Sonny Rollins e Sonny Stitt.

Ao contrario do seu ex-aluno, Miles Davis, Dizzy manter-se-ia fiel ao bebop e afro-cuban jazz durante o resto da sua vida, decidindo não adoptar as tendências mais electrónicas que posteriormente apareceriam no mundo do jazz.

Durante os seus últimos anos Dizzy dedicou-se a lançar músicos menos conhecidos do grande publico, como Arturo Sandoval e Jon Faddis.

Sendo a partir dos anos 70 adepto da fé Bahá'í, Dizzy ao longo da sua vida iria sofrer uma evolução ao nível da sua personalidade, passando do rapaz brigão e com problemas de álcool da banda de Calloway para um verdadeiro embaixador do jazz mundial, tendo sido galardoado com inúmeros prémios ao longo da sua carreira.
Senhor de um grande sentido de humor, Dizzy Gillespie viria a falecer a 6 de Janeiro de 1993 vitima de cancro do pancreas.






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